Pensar e refletir a educação para os jovens no Brasil é se aprofundar em questões complexas, que se iniciam desde o ambiente familiar, até as diversas politicas públicas já criadas para assegurar melhorias no ensino federal, estadual e municipal. Ao contrário de tempos anteriores e não muito distantes, a educação era motivo de orgulho para os brasileiros. Concluir todos os períodos escolares até a universidade pública era o objetivo maior de todos os jovens que passavam por um ensino comprometido com o seu futuro de vida e profissional.
A rapidez da tecnologia, em especial, a era digital na comunicação, além de uma série de irregularidades no emprego dos recursos públicos, que deveriam ser prioridade para a qualidade do ensino, podem ter contribuído para o alarmante desinteresse dos jovens brasileiros, pelas salas de aulas.
Por ano, o Brasil perde mais de 486 mil alunos na rede pública de ensino, federal, estadual e municipal. Os números são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). E Mato Grosso e Cuiabá fazem parte dessa triste estatística.
O que será dos jovens, que não buscam o conhecimento cultural, não leem um livro, não têm um incentivo, uma oportunidade para serem inseridos na educação? Isso é culpa das politicas públicas brasileiras? Talvez. É preciso dar mais oportunidades a esses jovens. Oportunizar a escola integral para todas as crianças e adolescentes, para que eles compreendam que essa é uma oportunidade de estarem bem na vida, através do estudo.
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) anunciou em dezembro de 2019, que vai testar um projeto de educação integral no ensino fundamental em 40 escolas no Brasil. Os objetivos para a educação básica em 2020 foram divulgados no último dia (26), em nota no site do MEC.
Em se tratando da qualidade do ensino, também é necessário alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. O professor perdeu o respeito e a autoridade, que tinha perante os alunos, além dos seus direitos trabalhistas, que a cada ano, influenciam de forma negativa, na sequência de qualquer programa de resgate de melhoria do ensino no Brasil. No ano passado tivemos uma das mais longas greves dos profissionais da educação no estado o que fez com que o setor da educação inicie suas atividades somente em fevereiro deste ano. Mas o ano letivo terá inicio em março deste ano.
Mas as situações críticas podem ser resolvidas. Ao reforçar a escola em tempo integral, todos os investimentos em educação são fundamentais para mudar o destino da juventude. A oportunidade da educação em uma estrutura com qualidade adequada pode representar um itinerário de vida diferente para alguns jovens, principalmente, aqueles que vivem em áreas de maior vulnerabilidade.
Vários Estados brasileiros estão investindo nas escolas integrais, porque sabem que o caminho para o futuro dos jovens passa pela educação, indiscutivelmente.
Cuiabá está trilhando esse caminho, embora a passos lentos, mas já demonstra interesse nos jovens cuiabanos do bairro Eldorado, aonde na escola CAIC Eldorado, as aulas são em tempo integral, com aulas normais, durante um período do dia e outras atividades complementares, no outro turno.
Se tiver oportunidade de um ensino com qualidade, cada jovem vai escolher o seu caminho positivo. Mas, atualmente, nem oportunidade eles têm, porque a educação ainda está ruim, desde a esfera federal. A atual educação não e inclusiva, não gera oportunidades e não é integral.
Então, se os agentes públicos, não se unirem em defesa da educação inclusiva, não será possível visualizar um futuro melhor para os jovens neste país. O Brasil é um país cada vez mais de gente sem cultura e cada vez mais, uma classe pequena tem acesso à rede particular de ensino. Esses poderão se dar bem, como empresários e, que por sua vez, não vão promover a inclusão social, que os mais pobres dificilmente, irão alcançar: a dignidade de uma vida boa, se não for através da educação.
Luis Cláudio Sodré de Castro é vereador por Cuiabá